domingo, 11 de maio de 2008

a volta do idiota

Em 'A volta do idiota', são discutidas as políticas de esquerda na América Latina, partindo da visão de que esses governos fracassaram na tentativa de combater o imperialismo e tirar seus povos da pobreza. Uma nova geração de revolucionários tenta ressuscitar os métodos ineficazes de seus antecessores. O venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales são os expoentes dessa nova esquerda, ainda presa à mentalidade da Guerra Fria.

5 comentários:

Francisco disse...

Já as políticas neoliberais no passado (América Latina) e no presente (África) têm dado aos povos autócnes enormes progressos...
Deixando para depois a questão da figura de Chavez em si - que não aprecio em muitos aspectos - é falacioso afirmar a inexistência de progressos na Venezuela. Porque eles de facto existem. Não que a Venezuela seja hoje uma sociedade de abundância e riqueza e com uma socialmente justa redistribuição da última. Não o é, sejamos realistas. Mas dados há que comprovam uma redução significativa da pobreza no país. E um desses últimos dados foi fornecido, salvo erro, pelo Banco Mundial (!)...
É muito fácil chamar "idiota" aos que não alinham connosco. Não que alinhem melhor ou pior. Mas diferente. E quando legitima e democraticamente eleitos, todos têm o direito de ser "diferentes" e tentar caminhar por outros caminhos. E os deterministas que lhes vaticinam um futuro obscuro, esses sim, são uns "idiotas".
Um pormenor: não aprecio nem Chavez nem Morales e decididamente não são figuras em quem vejo a possibilidade de um alinhamento diferente e profícuo.

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

por muito politicamente incorrecto que se afigure, não há outro nome para o que se passa na América do sul. pessoas ignorantes e avessas a novas ideias, resguardadas por ideais velhos e viciados, usam pressupostos de socialismo para benefício próprio.
é claro que seria cair na mesma falácia do idiotismo não considerar discutível chamar aos idiotas de idiotas.

quanto às políticas neoliberais em África e na América, aguardo pacientemente argumentos disso.
um exemplo de neoliberalismo na América do sul poderá ser o quê? a ditadura peronista na Argentina? as ditaduras militares e vargistas no Brasil? o Chile de Pinochet?
havia mais economia planificada nesse tempo do que agora. tal como todas as ditaduras de direita, principalmente as de ideologia nacional-socialista, só entra no mercado quem o estado quiser. e em África passa-se o mesmo. neoliberalismo é o que se passa nos países em que o estado e os órgãos estaduais não têm qualquer interferência nos assuntos económicos. nas repúblicas africanas não há delimitação entre poder político e económico. daí certos países como Angola serem aquele paraíso que todos sabemos, principalmente para os filhos dos ministros. Resvalando um ponto anterior, a abertura dos mercados do Chile, Argentina e Brasil só se deu recentemente, e após vários protestos da população contra o exercício do estado sobre a economia, como é o caso dos protestos contra o congelamento dos salários de todos os sectores na argentina.
quanto à Venezuela de Chavez, não é mesmo uma questão de ser diferente. é uma questão de Chavez ter nacionalizado abusivamente as industrias do país. é uma questão de a Venezuela estar com 20% de inflação, e cujo conforto mínimo do cidadão so pode ser comportado pelo estado, de outra forma haveria muita fome. e por enquanto, esta situação já se assemelha de difícil sustento.
não há políticas neoliberais em África e na América. existe uma abertura controlada pela elite política, que se faz à custa dos direitos sociais e económicos , e também direitos fundamentais, dos cidadãos daqueles.
isso não é liberalismo. isso é um desrespeito total pelo Estado de Direito, pela supremacia da lei, pela soberania do Povo, e é isso que se passa n'"a volta dos idiotas".

ASL disse...

Devo questionar que os líderes desses países, da Venezuela aos dos do continente africano, sejam eleitos "legitima e democraticamente".
De uma maneira geral, concordo com o Manuel, na medida em que se me afigura complicado encontrar políticas neoliberais em África, quando este continente deve ser o maior pólo monopolizador das funções do Estado, quando são os próprios políticos os agentes e os árbitros económicos.
E não refuto - pois contra factos não há argumentos - que a Venezuela registe algum crescimento, mas a verdade é que o próprio Estado é um agente económico e condição necessária e indispensável para garantir a subsistência dos seus habitantes. Ora, gera-se aqui um problema de sustentabilidade!
Dá-se o peixe; não se ensina a pescar!
De resto, devo dizer que quando um político está convicto da sustentabilidade das suas ideias não deve temer a oposição. E há, no entanto, líderes que vão fechando cada vez mais o cerco...

Francisco disse...

Fiz um comentário que dava para 10 posts e puff, evaporou-se.
Desisto.

Um abraço

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

discutimos isso amanhã no debate :)