sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A terra que Moisés não quereria


O povo da Terra Prometida parece não ter sossego, o leite azedou e o mel tem edulcorantes. O panorama político de Israel agita-se num sem fim de acusações pouco dignas e salvadores da pátria emoldurados pelo esquecimento colectivo. Foi inegável a dificuldade da transmissão do testemunho de Ariel Sharon (declarado apreciador de Big Mac, figura de peso na definição do Estado judaico tal como se nos apresenta hoje), visível na crescente animosidade que percorre todos os sectores da sociedade bem como grande parte da comunidade internacional contra Ehud Olmert, constantemente rotulado de grosseiro, novo-rico, intrujão e, a mais movediça acusação que lhe pode, e certamente, vai custar-lhe o mandato: CORRUPTO.
Abafado, momentaneamente, este assunto delicado da ordem do dia israelita devido a uma recente vaga de infanticídios, Olmert pode recobrar o fôlego, nem que seja a custa de criancinhas afogadas pelos pais. Todavia, o actual primeiro-ministro há muito perdeu a serenidade à medida que as suas declarações caíam em saco-roto e os holofotes se voltavam para a sua ministra dos negócios estrangeiros, Tzipi Livni. Perante uma judia loira, de olhos azuis, e apoiada interna e externamente, Olmert bem tem de se conformar.
Veremos, então, se Tzipi Livni alcançara o poder, se tem coragem política para revitalizar Israel, coragem essa que será necessária se pretender atenuar a componente bélica da Terra Prometida; também se poderá dar o caso de não passar de mais uma burocrata, uma oportunista empenhada em enriquecer (a título de exemplo Ehud Barak, Benjamin Netanyahu e Olmert).

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