Paralelamente à questão do optimismo, parece-me que a grande vantagem prática da História é ajudar-nos a evitar cometer erros do passado.
Bem podia vir outro Salazar que não era por eu ser muito optimista que ia achar que as coisas iam correr bem! Nesta matéria, antes da emoção deverá estar a razão, que neste caso se traduz na Doutrina que vai pautar cada regime.
E, realisticamente, não me parece que os frutos obtidos ao fim de dez anos de luta maoísta vão ser os que nos deixem mais optimistas...
Os frutos da luta maoísta traduzem-se no fim de um regime monárquico ditatorial, violador dos direitos humanos e castrador das elementares liberdades cívicas. Ora pôr fim a esta realidade deixa-me sempre, no mínimo, optimista. O que vem depois é outra questão. Todavia, parece-me que nem tu, nem o Manel, nem eu estamos devidamente a par da situação no Nepal para traçar quadros deterministas no futuro. Por isso mesmo, é que separei o momento de instauração da república via luta maoísta do que virá depois. Todavia, o facto de se ter constituído uma Assembleia Constituinte que proclamou uma República democrática, laica e soberana, para já, é um bom sinal.
Claro que é saudável abandonar o regime vigente até ontem no Nepal, mas entendi o post do Manel como a sua posição em relação ao que virá a seguir naquele país, e foi nessa base que escrevi o que escrevi.
Aliás, não nos esqueçamos de que o Nepal tem em cima de si (pelo menos geograficamente falando) a China, e não me parece que isto seja um factor menor para o seu futuro (incluindo a própria questão dos direitos humanos que lembraste, e bem, e que também é aplicável à China).
E, sinceramente, a mim não me deixa optimista saber que um extremo é derrubado por outro extremo. Mais facilmente me deixa apreensivo. Exemplos destes tem a História do séc. XX aos montes e os seus registos não são os mais agradáveis ("A Era dos Extremos", Eric Hobsbawm).
4 comentários:
Ainda bem que o optimismo transpira em ti, Manel!
Paralelamente à questão do optimismo, parece-me que a grande vantagem prática da História é ajudar-nos a evitar cometer erros do passado.
Bem podia vir outro Salazar que não era por eu ser muito optimista que ia achar que as coisas iam correr bem! Nesta matéria, antes da emoção deverá estar a razão, que neste caso se traduz na Doutrina que vai pautar cada regime.
E, realisticamente, não me parece que os frutos obtidos ao fim de dez anos de luta maoísta vão ser os que nos deixem mais optimistas...
asl,
Os frutos da luta maoísta traduzem-se no fim de um regime monárquico ditatorial, violador dos direitos humanos e castrador das elementares liberdades cívicas. Ora pôr fim a esta realidade deixa-me sempre, no mínimo, optimista.
O que vem depois é outra questão.
Todavia, parece-me que nem tu, nem o Manel, nem eu estamos devidamente a par da situação no Nepal para traçar quadros deterministas no futuro. Por isso mesmo, é que separei o momento de instauração da república via luta maoísta do que virá depois. Todavia, o facto de se ter constituído uma Assembleia Constituinte que proclamou uma República democrática, laica e soberana, para já, é um bom sinal.
Caro Francisco,
Claro que é saudável abandonar o regime vigente até ontem no Nepal, mas entendi o post do Manel como a sua posição em relação ao que virá a seguir naquele país, e foi nessa base que escrevi o que escrevi.
Aliás, não nos esqueçamos de que o Nepal tem em cima de si (pelo menos geograficamente falando) a China, e não me parece que isto seja um factor menor para o seu futuro (incluindo a própria questão dos direitos humanos que lembraste, e bem, e que também é aplicável à China).
E, sinceramente, a mim não me deixa optimista saber que um extremo é derrubado por outro extremo. Mais facilmente me deixa apreensivo. Exemplos destes tem a História do séc. XX aos montes e os seus registos não são os mais agradáveis ("A Era dos Extremos", Eric Hobsbawm).
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