terça-feira, 8 de julho de 2008

a teoria do choque (II)

a facilidade da demagogia.



Naomi Klein e a sua Shock Doctrine idealizam uma espécie de Milton Friedman que não é sequer reconhecido por aqueles que seguem os seus estudos e princípios.

Depois de Al Gore, Naomi Klein é a nova quimera da teoria da conspiração.

5 comentários:

Francisco disse...

Claro que não é reconhecido pelos seus adeptos: porque não lhes agrada.
Acrescento à citação de Friedman, uma outra, dele também (não exacta mas sem desvirtuar): "A Empresa não tem nem deve ter qualquer função social, devendo apenas limitar-se a uma única função: o lucro". Juntando a isto os projectos de Friedman para um Chile fascista da era Pinochet, é só fazer 2+2.

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

toda essa argumentação está muito fraquinha.
quer dizer, os seus apoiantes não gostam das ideias de milton friedman?
seria mais fácil desistir então de o apoiar do que "inventar" toda uma biografia...
e a citação... não haverá um contexto para a citação?sendo economia o assunto a tratar, deverá ser algo muito metódico e objectivo em discussão, pelo menos comparado com a filosofia. eu, por exemplo, acho que uma empresa deve procurar a função lucro. que função social deve ter? essas funções não deviam ser asseguradas pelo Estado? as funções extra-lucro da empresa devem ser negociadas entre trabalhadores e empregadores, e mesmo assim no melhor interesse da empresa, que é constituida por empregadores e trabalhadores. o lucro conseguido de uma relação onde os dois fiquem a ganhar é muito mais superior do que se apenas um ganhar.
e depois...os projectos de milton friedman?
foi ele que criou o "fascismo" chileno? já agora, em que é que o Chile era fascista? associar o percurso ideológico e político de Pinochet a Mussolini é algo aventureiro Francisco...
e mais, essa colaboração com Pinochet está muito mal exposta. De facto, Friedman conheceu Pinochet após este ter dado uma palestra na Universidad Católica de Chile, e houve sim uma cooperação deste com o regime. Pela simples razão que o Chile tinha entrado em crise, e os alunos de Friedman na Escola de Chicago foram então colocados em lugares do governo da altura para retirar o país da crise que vinha da época de Allende e piorou com a instabilidade política da Junta de Pinochet. Estes o convidaram para lá ir, e tudo a expensas de uma fundação privada criada por eles.
a verdade é que da abertura da economia chilena ocorreu o quê? o país tornou-se acessível aos estrangeiros e às suas mercadorias, e os massacres e as prisões ocultas de Pinochet foram-se dissipando, porque já não as podia fazer com a mesmma desfaçatez, sendo que hohje em dia consideramos que a História Negra do Chile, o seu Terror, vai desde o inicio do Regime até à década de 1980. Friedman só esteve no Chile em 1976, logo, é temporalmente não-contrastante, e passadas apenas 2 décadas em 1990, o Chile já era de novo uma democracia. o próprio Friedman escreve, no Free to Choose, Vol. V: "Chile is not a politically free system and I do not condone the political system ... the conditions of the people in the past few years has been getting better and not worse. They would be still better to get rid of the junta and to be able to have a free democratic system."
muito provavelmente, fizeram mais as políticas de Friedman pelo povo do Chile pelo seu bem-estar e futura democracia do que todos os esforços infrutíferos que a Esquerda socialista fez (fez?).
é verdade que é muito fácil juntar 2+2 Francisco. O problema é quando o resultado dá 5. é muito fácil acreditar que Milton Friedman trabalhava a soldo da CIA, também é muito fácil esta teoria do choque.
é muito fácil sonhar com baleias cor-de-rosas, também.

Francisco disse...

"Como ser demagogo, propositadamente falacioso e manifestar o profundo desconhecimento do que se fala".
Este poderia ser a epígrafe do teu comentário.
Brevemente, responderei ponto por ponto ao que aqui escreveste (escreveste?).

Francisco disse...

Como não quero que caia em saco roto a minha promessa de resposta, dizer apenas que me irei ausentar uns dias por terras sulistas e que mal regresse terei todo o gosto em responder a este "tratado" que o Manel aqui nos deixou.
Há discussão!

Um abraço

D. disse...

finalmente pude debruçar-me sobre o famoso vídeo.
desde já, manel, sendo ou não uma teoria da conspiração ou não, não entendo porque comparas com al gore. presumo que fales dos seus estudos sobre aquecimento global. ora, não há nada de conspiratório neles, antes fosse. mas talvez prefiras ficar no pequeno grupo de indivíduos que a solo do governo americano continuam a desmentir uma evidência há muito constatada.
quanto ao vídeo em si. bom, pelo que percebi o francisco quis dizer que os apoiantes do milton friedman não apoiam esta teoria, porque não lhes agrada. ora, faz sentido, se alguém diz mal de algo em que acredito e profundamente defendo, é óbvio que a vou acusar de falaciosa e usar todos os argumentos possíveis para desmentir essa teoria.

concordo que efectivamente as empresas apenas devem ter por função o lucro, afinal, é isso que faz mover a rede do capitalismo. não há interesse pelo lado de lá, não há preocupação com questões mais sociais dos próprios trabalhadores. e é talvez por aqui que a teoria me parece credível. efectivamente a forma como o capitalismo se desenvolve, mostra-nos que tudo é possível, desde que cumprida a função lucro.
de qualquer das formas não passa de uma teoria e como todas as teorias, irá ser considerada "tolinha" até que alguém ou uma grande maioria a achem por correcta. sinceramente, há pontos que acho que estão de facto bem sustentados e que fazem um certo sentido. mas estou demasiado cansada para me alargar mais neste assunto.