segunda-feira, 24 de março de 2008

Big Fish


O mesmo de Tim Burton, que eu tive ontem o prazer de ver. O filme não é recente, data de 2003, mas facilmente em qualquer videoclub se encontra. Isto porque aconselho quem ainda não viu a ver. Foi sem dúvida dos melhores filmes que vi até hoje.

E fez-me essencialmente pensar. Além de me comover. Mas será que realmente, se todos nós soubéssemos a forma como vamos morrer arriscaríamos mais? Ou será que íamos ficar à espera do momento final, perturbados com a possibilidade de ser demasiado cedo, ou demasiado doloroso? Deixaria a vida de ter menos sentido e menos graça se o nosso fim nos fosse mostrado logo no início da nossa vida? Pessoalmente sempre considerei que se me dessema escolher saber o meu fim, não o ia querer. Mas a verdade é que Edward Bloom nos mostra uma outra forma de viver sabendo que o fim apenas lhe vem mesmo no fim da idade. Arrisca sempre. Arrisca porque sabe que não é ali que acaba. O que faz com que tenha experiências que cada um de nós iria sem dúvida temer. O que o faz contar apaixonadamente as histórias da sua vida, dando-lhes outra cor, enchendo-as e dando-lhes detalhes que partem da sua imaginação e se confundem com a própria realidade. E isso faz dele uma personagem ternurenta e que tem uma graça fora do normal. Como todos os contadores de histórias.

Aliás, é a falta de medo e a vontade de conhecer mais que o levam a partir da cidade perfeita, da pacatez de uma vida cheia de tudo aquilo para que nem sequer temos de lutar. É o que o leva a perder três anos em busca de um amor que criou sozinho e num momento, que não sabia sequer se ia existir para lá do primeiro olhar. Que o leva a fazer uma das cenas mais engraçadas de todo o filme e que nos faz sorrir de forma quase compulsiva.

E de entre todos os pequenos detalhes do filme, destaco o campo de narcisos à porta de casa. E toda a cena que se lhe segue, carregada de comédia.

As duas horas de filme passam rapidamente enquanto nos vamos deliciando com todas as pequenas histórias e cheguei ao fim a pensar que de facto, deixa mais marca aquele que nos faz rir no seu funeral, do que aquele por quem chorámos.

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