segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Cabo Verde no coração

Boa noite!
Hoje trago aqui ao Há Discussão, pela primeira vez penso, uma sugestão musical. Ao contrário do Almanaque, este espaço pouco tempo tem dedicado a melodias e ritmos. Por isso aqui vai.
Para os receosos de que a invasão hiphoperiana chegasse agora ao Há Discussão, descansem. Ainda não vai ser hoje, ehehe.
Agora é tempo de vos dar a conhecer, se ainda não conhecem, Mayra Andrade. Esta jovem cantora nascida em Cuba e criada entre Brasil, Alemanha, Angola, Senegal e Cabo Verde (uff!) é mel para os ouvidos. As suas diferentes raízes encontram pois reflexo nas suas sonoridades. Sente-se o gingar brasileiro, o exotismo caribenho, a magia africana... tudo acompanhado de uma voz ora doce, ora vigorosa, dengosa e quente. As palavras de Mayra, claras na maioria das vezes, verdadeiramente indecifráveis noutras (tal a mistura e remistura de crioulos), transportam-nos para um misto de muita, muita coisa. Pessoalmente, desperta-me uma vontade imensa de viajar. Descobrir. Cheiros, cores, rostos, mar, selva, terra, saudade, sol... A música de Mayra Andrade tem em mim um dom: inspira-me.
Hoje a minha querida Mãe fez anos. Quando tinha nas mãos alguns cds para escolher como prendita, lembrei-me de Navega, primeiro disco de originais de Mayra Andrade. Neste momento, está a tocar cá por casa. :)
Quanto ao disco propriamente dito, destaco as faixas "Dimokransa", "Tunuka", "Poc li dente e tcheu", "Lua", "Comme s'il en pleuvait",... Bem, para ser franco, gosto de todas. Cesária Évora ou Tito Paris são nomes cabo-verdianos que lhe são apontados como grandes influências. Há mesmo quem fale de Mayra como sucessora de Cesária...
Para aguçar ainda mais o apetite, e aqui dirijo-me aos rapazes, Mayra é aquilo que se pode chamar de um verdadeiro "traço". Destas o Sarkozy não pesca. ehehe :)

Deixo-vos este clip, que embora não sendo um teledisco propriamente dito, é de uma beleza singular. (Mayra Andrade é a de verde)

Mayra Andrade - Tunuka

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