domingo, 13 de janeiro de 2008

entre a acção e o resultado

Caro edukador e shara (meu deus, os nossos nomes de blogger são ridículos, enfim, é esperar até eu fazer alusões ao "ricky maio" e isto vai ficar grotesco):


Sinceramente eu acredito que cada homem tem a sua época. E cada época tem os seus homens , que seguíram e criaram as suas tendências, e de acordo com o seu carisma, vão moldar o mundo à sua volta. Esses homens ficam na história como grandes políticos ou grandes líderes.
Acredito que talvez discordes desta minha visão, mas talvez compreendas melhor se eu te disser que as inclinações políticas do Henrique (ric...argh...ricky maio) e as minhas estão pendentes mais para o lado da direita que as tuas. Ele e eu reconhecemos na individualização do político um elemento fundamental do exercício do poder, e damos muito valor ao seu carisma. E Sarkozy, como bom francês que é, é um homem carismático, não apenas pelo seu mediatismo, mas pela sua rapidez de raciocínio. Num país que praticamente é devoto à memória de Napoleão Bonaparte, (e quem não é, principalmente entre aqueles que se reconhecem europeístas e são de influência social democrata, sendo que Bonaparte foi o inspirador do impulso europeu da França dos anos 50, 60 e 70?) a imagem de um Homem, e não de um Político, atrai as simpatias da classe média, farta da inactividade que o peso do Estado Social traz às suas finanças, atrai as simpatias dos poderes de direita, porque este "acordar da França" permite-lhe salvaguardar os seus ideais de conservadorismo e tradição, e a esquerda, porque Sarkozy fez o favor de se mostrar Humanista e apoiante das suas políticas na temática da igualdade racial e social, e afigura-se-lhe como o único homem capaz de trazer frescos capitais para o país, capitais esses vindos de uma política americanizada no estilo, mas não na obediência! Sarkozy admira o estilo com que a política externa democrática americana se movimenta! Qualquer ligação entre Sarkozy e Bush não passa de estratégica e protocolar. Nunca vemos no discurso do Presidente francês a ligeira aceitação da doutrina da administração Bush.
Dentro da UE, Sarkozy vai, como todo o líder francês, lutar por uma hegemonia maior do seu país. As querelas com a Alemanha são meras arruaças que, não dificultando o diálogo, fazem parte do milenar conflito entre alemães e franceses, pelo controle da política europeia. Os primeiros contendo a economia, os segundos a ideologia. Para mim, ambos igualmente importantes.
Quanto à sua firmeza, eu mais uma vez vou apoiar o Henrique. Admiro o combate de Sarkozy aos sindicatos. Não pelas mesmas razões que o Henrique, no entanto. Deve haver equiíbrio num estado. Os sindicatos são garantes de direitos e regalias, mas o Presidente é o garante da escolha popular, e já há muitos anos que o sistema francês funciona com uma completa ditadura sindical que tolhe os passos à iniciativa privada à economia.
Quanto à mulher de Sarkozy e da tal top-modelo... Sinceramente, acho que é mais uma prova de que Sarkozy é um respirar, um fôlego. Que tenho eu a ver com o facto de o Presidente dos Franceses molhar o pincel numa morena jeitosa, mais dia menos dia? Desde que não seja a minha morena jeitosa, pode fazê-lo quando quiser. E como sou um crente no instinto feminino, e vejo como os políticos portugueses, maioritariamente de esquerda, são tão repelentes e ofensivos às senhoras, faz-me sentir orgulhoso que da Europa centrista nasça um homem com aspecto de tal. Basta ver a carantonha de Guterres e de ferro Rodrigues, ou de Jerónimo de Sousa, e meu Deus, quem dormiu com aquilo tinha buço, caros colegas!
Isto foi uma brincadeira senhores, vamos levar o diálogo masé um pouco a sério. Menos importante que a imagem dada do homem casado que Sarkozy deu, é importante averiguar se ele cumpriu com as promessas eleitorais, e Sarkozy tem feito isso. Com quem ele anda importa-me tanto como as pedras da calçada. E ao povo também. E as direita europeia já descobriu que o povo está farto de ideologias fora de prazo, quer acção. Quer algo que lhes puxe a réstia de patriotismo e orgulho nacionalista que jaz em qualquer um de nós, e quer prosperidade e vida! É importante salientar que, em Portugal, a esquerda do PS já descobriu há muito mais tempo o fantástico poder que a Imagem do Político tem em política interna e externa, e os restantes partidos políticos estejam tão atrasados no tempo.

3 comentários:

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

antes de ficarem ofendidos comigo, quero refazer o que disse. no ponto em que falei no pincel e molhar e nesse diálogo tão incorrecto do ponto de vista humano e de acordo com os preceitos socialistas...
a verdade é que a minha namorada não é morena. e pronto, nao tenho mas correcções a fazer. obrigado

Nelson Rocha disse...

Ora, eu simplesmente, e desculpem a redundância eu nem sou do contra, mas não posso concordar.Sinto-me esmagado pelas vossas argumentações, embora falaciosas em alguns pontos,são acima de tudo verdadeiras, próprias, críticas e irónicas ( chorei rindo).Mas não posso concordar com a mistificação deste homem.
A eloquência discursiva de Sarkozy e uma das linha mestras do "Sex symbol"... (comentário muito infeliz, mas admissível), a necessidade por ele imposta de adoptar "uma política de civilização", isto é um conceito desenvolvido por Edgar Morin na década de 90. Quem comparar alguns dos textos do sociólogo, e alguns dos discursos de Sarkozy, bem Henri Guaino tem que acordar e parar de de fazer "corte e coze" com os discursos. Eu acho isto estúpido, simplesmente acho que ele nem é mau tipo, competente? Quiçá, agora parem de levantá-lo ao nível de profeta, políticos como ele temos aos molhos. Além disso um bom político não se mede pela beleza, nem pouco mais ou menos (mas sei que tavas a brincar com a coisa). Mas acima de tudo pela confiança que merece (não que recebe). Este homem tem um perfil pouco digno...


Em segundo lugar, a vida pessoal tem importância, quando numa viagem oficial (não de férias), ele praticamente provoca um acidente diplomático, pois os Indianos não sabiam o que fazer com a mulher...
E a vida pessoal dele é importante, porque na base da questão tá o facto de ele ter enganado o povo francês (já disse isto), Sarkozy passou por um marido esmerado, mas era tudo fachada... Pois se ele se divorcia antes da urnas teria sido eleito???? Sendo o povo maleável como é? naaaaa, sinceramente não acredito...


Sarkozy pode ser muito coisa, tem coisas boas, provavelmente, más? certamente... Agora ele não é o novo messias, nem o segundo homem a caminhar sobre as águas...



Abração, desculpem qualquer incoerência tou cheio de pressa...

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

só pa acrescentar que só este mês de janeiro já se postou mais do que no ano todo de 2007... wiiiipiiiiie!